Canabinoides na Doença de Alzheimer
A doença de Alzheimer (DA) é uma doença crônica, progressiva e neurodegenerativa bastante conhecida pelo declínio cognitivo. É a forma mais comum de demência, afetando principalmente pessoas acima dos 60 anos. Cerca de 10% das pessoas com mais de 65 anos e 25% com mais de 85 anos podem apresentar algum sintoma dessa enfermidade e são inúmeros os casos que evoluem para demência. Feito o diagnóstico, o tempo médio de sobrevida varia de oito a 10 anos.
Não se conhece a causa específica da doença de Alzheimer. Parece haver certa predisposição genética para seu aparecimento. Nesses casos, ela pode desenvolver-se precocemente, por volta dos 50 anos.
Apesar de ser descrita pela primeira vez há mais de um século, ainda não há um teste diagnóstico definitivo para a doença de Alzheimer.. O diagnóstico é clínico, através de testes neurolopsicologicos, exames de imagem e exames laboratoriais para excluir outras formas de demência. Os tratamentos atualmente disponíveis para a Doená de Alzheimer proporcionam uma diminuição na progressão da doença, mas não interrompem ou revertem a perda cogntiva. Os tratamentos disponiveisa aualmente são os Inibidores da acetilcolinesterase (rivistagmina, donepezil e galantamina) e antagonista do receptor de N-metil-D-aspartato (memantina). A última aprovação de um tratamento contra o Alzheimer aconteceu em 2003, há 17 anos, quando a memantina chegou ao mercado. De lá para cá, mais de 240 moléculas diferentes foram testadas, mas nenhuma se mostrou segura e eficaz. A taxa de fracasso supera os 99% e é a maior de todas as especialidades médicas — a título de comparação, na área da oncologia, cerca de 80% das terapias falham durante os testes clínicos.
Os canabinóides, moléculas que ativam os receptores canabinóides e modulam o SEC, têm sido estudados nos últimos anos no tratamento da doença de Alzheimer, em particular o canabidiol. O canabidiol (CBD) demonstrou em estudos laboratoriais propriedades neuroprotetoras, antiinflamatórias e antioxidantes. Ainda não existem estudos em humanos avaliando o efeito do CBD a médio e longo prazo e comparando com os tratamentos tradicionais, por isso mais estudos são necessários para entender todo o seu potencial e os efeitos a longo prazo . Apesar disso, o seu perfil de segurança parece favorável, pois a maioria dos efeitos colaterais relatados foram leves. No entanto, as formulações e doses dos canabinoides utilizados nos estudos identificados podem ter limitado a capacidade de demonstrar eficácia e segurança dos canabinoides para essa indicação, sendo que confiança geral nas evidências é baixa.
É fundamental que a prescrição de canabinóides para o quadro de Alzheimer seja feita por um médico que conheça todo o quadro da doença de Alzheimer e acompanhe o efeito do óleo junto com outros medicamentos, além de outras condições de saúde que possam influenciar no manejo do quadro cognitivo e comportamental